quinta-feira, 31 de maio de 2012

Notícia

Após polêmica, UnB propõe redação sobre "preconceito linguístico"


Após a polêmica envolvendo o Ministério da Educação (MEC), que distribuiu à rede pública de ensino fundamental um livro de português que defende a tese de que "é certo falar errado", o vestibular da Universidade de Brasília (UnB), realizado neste fim de semana na capital federal e em outras 10 cidades, utilizou como tema da redação as noções de preconceito e prescrição da Língua Portuguesa.
LARYSSA BORGES
Direto 
O Ministério da Educação foi criticado nos últimos dias por ter distribuído a escolas de todo o País livros da coleção "Por uma vida melhor", que defendem que, em determinados contextos, é possível afirmar, por exemplo, a seguinte sentença: "os livro ilustrado mais interessante estão emprestado".
A orientação para que escolas não "consertem a fala de aluno para evitar que ele escreva errado" consta dos Parâmetros Curriculares Nacionais desde 1997. No tema de redação aplicado pela UnB - considerado pelos alunos ouvidos pelo Terra como a prova mais difícil no primeiro dia de testes -, os vestibulandos utilizavam como apoio, entre outros textos, o poema "Língua Portuguesa", de Olavo Bilac, fundador da Academia Brasileira de Letras, e uma canção de Caetano Veloso sobre as transformações por que passa a língua com a convivência entre os povos.
Ao final, o aluno deveria escrever uma redação com base no seguinte tema: "Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó: a língua de um povo não se faz com preconceito nem com prescrição". No primeiro dia de prova foram apresentadas questões de Língua Estrangeira, Língua Portuguesa, Literatura, Geografia, História, Artes, Filosofia, Sociologia e Redação. Neste domingo, as provas são de Biologia, Física, Química e Matemática.

acessado em 31/05/12 às 15:09h

Historia em quadrinho


Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/preconceito-linguistico

acessado em 31/05/12 às 15:06h

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Trabalho da Notícia


Fato Escolhido
•O fato escolhido para ser analisado foi o recente roubo de arquivos íntimos de Carolina Dieckmann. A seguir uma breve análise de como o caso foi tratado pela mídia:

- Gênero da Mídia e Suporte
O gênero acima retratado é o de notícia e entrevista e o suporte foi a internet.

- Elementos de Linguagem
Entre os elementos de linguagem verbais temos o texto escrito e o falado durante a entrevista.
Entre os elementos não verbais, temos durante a entrevista gestos e expressões faciais que demonstram uma linguagem não verbal.


- Multimodalidade da Linguagem
Além do próprio texto da reportagem, temos o vídeo da entrevista sobre o caso representando juntos a linguagem falada e escrita.

- Contexto de Produção
O contexto de produção foi pessoal, ou seja, um fato que diria respeito somente à vida de Carolina, apesar de depois ter sido tomado pela mídia e massivamente distribuído para o público.

- Fatores de Textualidade
O grau de informatividade da notícia se torna baixo a partir do momento em que este é um fato já recorrente na mídia e de sabedoria de grande parte da população.
O grau de aceitabilidade vem a ser alto devido ao grande público que foi atingido pelo fato, então infere-se que está sendo bem aceito, pois continua a ser veiculado em diversos meios de comunicação.
O fator da intertextualidade refere-se à comunicação deste texto da notícia com outros textos já existentes anteriormente. A notícia de Carolina Dieckman acaba retomando casos anteriores de pessoas que tiveram arquivos íntimos roubados por hackers e divulgados na internet.
O fator da intencionalidade é altamente discutível já que não se tem conhecimento das intenções reais de Carolina Dieckman, mas levando em conta a mídia o que seria de fácil apreensão é de que a rede Globo como em muitos outros casos tirou proveito da situação para criar um drama e assim conseguir alcançar o público e ganhar audiência através da notícia de Carolina.
O fator da situacionalidade é ambíguo pois pode-se tratar da situação em que Carolina produziu os arquivos que não pode ser definido, ou a situação em que a mídia assim como os hackers se aproveitaram para ganhar alguma coisa em cima da situação devido a Carolina estar em um momento alto de sua carreira, com muitos trabalhos e etc.
O fator da coerência e da coesão de certa forma andam juntos pois a coesão acaba sendo meio de se obter  certa coerência. Como se trata de uma notícia jornalística é imprescindível a presença da coerência e da coesão para a notícia conseguir ganhar espaço na mídia.


terça-feira, 22 de maio de 2012

Trabalho Corpus da Fala


Transcrição da fala


Pessoas na conversa
A
B
C
D
E

A - Eu quero sabê o que quessa mulhé fez aqui até: até o momento
B - Nah: ela apresento:/ teve a apresentação daqueles.../ de dois grupos/ só dois grupos apresentaram o trabalho
A - Vo:cês [forammmm/
C -              [Inclusive... teve um dos grupos que falo sobre a reportagem
B-               [Não a gent/
A – Da Adriane [Galisteu  [haha
B –                        [Éa:           [haha
B- Só três grupos apresentaram e o segundo [grup
A -                                                                                 [Foi bem de PMK esse [grupo ((cortando o turno anterior))
B -                                                                                                                             [Não não PMK Não apresento [hoje
A -                                   [Quem que apresento da: Driane Galisteu?
B – Fo:i o grupo d/
D – Da Adriane NÃO, da:: [[da: da
B -                                          [[Da Carolina Dieckman
D – Da Carolina Dieckman
C - Carolina Dieckman
A – A::h da Carolina D/ A: qui nojo eu num agüento mais sá [mulhé
D –                                                                                                              [La ta mu:it/ la ta mu:ito descabel/
B -                                                                                                             [Porque? Num aguenta [mais?
A -            [Quela FAIZ uma cara d SON-SA [pá: ficá falando
D – É minti::Ra aquilo lá:: ((voz mais aguda)) ela: ela ontela cometeu um erro d portuguêis horroro:so... [no no Jornal Nacional eu olhei assi:m... ((silêncio marcando indignação))
A -                                          [hahahaha
C – Ta bo::m ((reação initeligível por falta de vídeo mas incisiva))
D – Calm/ q queu já consig lembrá
A – hahah
E – Fo horroroso i ele num consegue LEMBRÁ:: ((termina a frase indignada em tom de zombaria, tom de voz crescente do brave para o agudo))
D – É ela ta fragiliza:da a bichihna nehe, sei lá((tom de ironia, zombaria))
A – É NÉ cum aquela cara assi:m ((tom de ironia, possível demonstração facial)) Ta fragiliza::da mu::ito fragilizada
D - hahahha
B – Ela foi exposta
A – FO:I ela expôs os O::SSOS [dela porque meu deus ela tem uma CRATE:RA aqui assim ((possível apontamento da área no corpo)) uma di cada lado
J -                                                    [ela falo qui... ela falo qui [os indivíduos... ela falo assim/ disse qui eles/ os indivíduos foram pêgo
B -                                                                                                    [você viu cada foto?
A – Eu VI
B – hahahah
A – Eu vi pra mim fala [q ela é FEIA q ela é::: MAGRICELA
C -                                      [ comé q c viu? ((tom de estranhamento)) se/ sec/ será q
A – Essas fotus são ANTIGA NE purque agora ela ta [gorda ((tom de deboche))
B -                                                                                         [Nossa ((tom de indignação))
D – As fotos são sobre o que?
A – NÃO essas fotos ela ta parece uma pessoa ANORÉXICA... nessas fotos
D – Você viu as fotos?
A – Vi
J – O que você falo [q tinha ai?
E -                               [como c viu?
A -                               [ELA... d tão MAGRA q ela era/ quando elá:/ ela tiro uma foto assim... TINHA um BURA:CO aqui assim purque num tinha MASSA [muscular num tinha:((demonstração)) CARNE num tinha nada
E -                               [e/ eu/ os mininos                                                        [os mininos tentaram pegá: essa::/ essas imagi i [num cunsiguiru nada
D –                                                                 [(ela peladona dava pavê us negoço lá)
A – SIM até desenha:do, Ê: brincadera ((risadas no final)) NÃO tava cortadi:nho... tinha umas q tava cortadinho otras tava/ cum gilete
D – como assim cortadinho?
A – D/ assim ó... A::h o negóço taki né? [Aí tin/           
C – Sim ((risadas))
B –                                                                     [O negóço ((risadas))
E – ((altas risadas))
J – [Di verdade (ininteligível)
A – [Tira/ tiru pêlu [daqui/ aki ta/ aki tassim o negocinhu [assim
C -                                [ah num credito ((entre risadas))
C -                                                                                                           [(ininteligível)
A – O Pêlo aki assim
D – mi diguma coisa e apareceu ela fazendo sexo?
A – Não, apareceu só ela di biki:ni bejando um ca::Ra q num da pra vê
D – Quem fotografo issu ela mesmo?
A – Então tem umas q foi ela mesma foi/ a maioria foi ela, só essa do: rapaz queu axu q num foi ela... E disseram q tem vídeo... [Num achei vídeo
C –                                                                               [Nussa cacete
A – Que qui TEM nesse vídeo? Mas eu num sei si o vídeo saiu [na internet
C -                      [A:h ESTÁ: AR-RA-SA-DA
E – (sei dev/ dvi se poço homem)
A – [é::h ((entre risadas))
B – [u:: filho dela de 13 anos viu: o:/os vídeos  i:::... quem sabe
C – O/ o filho dela viu?  ((espanto))
D – O filho dela viu?
B – Viu:: ((entre risadas sarcásticas))
C – Viu?
T – [Num se::i
A – [Cla::ro ele quiri aprendê cum a profissional né? Com certeza((em tom agudo))
D – [Nã/ [eu fic/
A – [Com certeza [ele quiria pega umas dicas já
E –                           [o filhu dela::
B -                            [NÃO o:: filho dela num devi tê vi::sto... Maizê: ela falo um depime:nto lá:: sobre o filhu dela
A - NÃ:O ela falo qui ela num quiria qui ele visse qui ela mando disligá [a internet da casa inte:ra
B -               [C num/
B – [[Neah:: La corto internet do filhu e o filho tava lá jogando enquantu tevi qui pará d jogá pur casa qui a mãe ((encerra a frase por estar brincando apenas))
A – [[(initeligível)
A – Eli ta inventandu [história
D -            [Nã:o mas axu queli já oviu fala gum causo né?
B – Maizi vi:u c axi quele também num vai ficá bitoladu i [vai prucura
A -             [Masele é u filhu da Carolina Dieckman c axa q Eli vai saí: da casa de:Le pa i [puma lan HA:USE?
B –             [Numa: lan hause pá pesquisá... fotus da mãe [((termina em risadas))
A -             [((risadas))
D – Vo ponhu má fi:u mamãe ta nua mermo o [é MINTI::RA? ((em tom de zombaria))           
A -             [((risadas))
D – (vambora ai a gent)
A – ((risadas))
D – (Eu axu melhó)


Após a leitura do livro Análise da Conversação de Luiz Antônio Marcuschi, foi muito importante a oportunidade de constatarmos os princípios de análise aprendidos na obra por meio da prática. Através do trabalho de Corpus da Fala pudemos ver como se dão os fenômenos interacionais durante um discurso, a organização presente no texto conversacional, a dinâmica em que se dão os tópicos discursivos, os diversos marcadores conversacionais existentes. Em suma pudemos realmente ver em ação todos os fenômenos do discurso.

A constatação dos fenômenos do discurso, na realidade, foi possível somente numa segunda análise da transcrição feita pelo grupo. Primeiramente a transcrição foi nosso objeto de aprendizado. Tomamos conhecimento de diversos sinais usados para marcar a conversação como reticências, colchetes, parênteses para dar ordem e sentido aos turnos dos falantes, vimos como os falantes selecionam os Marcadores Conversacionais e suas ocorrência dentro da fala. É um trabalho de atenção se fazer uma transcrição e também de paciência para voltar um trecho da gravação diversas vezes até conseguir registrar todos os fenômenos lingüísticos de tal trecho.
O mais interessante foi que através da transcrição, fomos capazes de produzir uma prova que contesta a idéia de que a fala é aleatória e isenta de organização. Pela análise do discurso fica muito claro que a fala é bastante complexa, e talvez muito mais organizada que a própria escrita por a todo instante ser confirmada a sua aceitabilidade por meio da utilização dos MC`s.

Resumo do livro O que é educação


Resumo do livro O que é educação

A obra de Carlos Brandão trata do entendimento do termo Educação é através da História da humanidade que encontramos em extrema necessidade, pois a Educação esta conosco em todos os momentos das nossas vidas e em todos os lugares, de acordo com o texto estudado. 

Falando de alguns pontos principais da obra, notamos que de início ele tenta falar do significado do termo educação dentro de suas idéias, o que consegue de forma bastante clara. Isto nos leva a compreender que não existe um único modo de educação, e sim várias formas de educação. Isso pode ser notado de forma bastante clara na carta escrita pelos índios em resposta a proposta feita pelo governo ao pedir que os índios mandassem alguns jovens de sua aldeia para estudar em escolas de brancos. Eles eram, portanto, totalmente inúteis? Dizia a carta, não que com isso a educação de brancos  os deixasse inúteis, mas para a vida indígena eles não mais serviriam. A educação deve, portanto, atender as necessidades do grupo social no qual o educando estar inserido, ou pelo menos tentar. 

Se a educação servir para isso ou aquilo, não pretendemos discutir isto com base no que está escrito no texto, mas uma coisa o texto nos deixa claro: ela é necessária para a formação dos sereshumanos. Tanto que escrever ou estudar é definido na educação como necessidade para todos nós. Desde os mais remotos lugares como as tribos, as mais modernas cidades, ou as mais gloriosas cidades das civilizações grego-romanas,       concordam  em um único ponto a educação é essencial para a formação docidadão, o homem necessita ser educado. 

Com tudo isto o autor conclui que, assim como na Idade Antiga e nas mais remotas e isoladas civilizações do planeta, a educação é essencial e é de grande importância para a formação da pessoa  e sua entrada  permanente na vida social até os dias de hoje.

Resumo do livro Análise da Conversação


Resumo do livro Análise da Conversação

Para inicio da conversa
 - aborda as origens e as justificativas do estudos de Análise da conversação, na década de 60, originaram-se os estudos etnometodológicos de Garfinkel,Sacks,Schegloff e Gail Jefferson que investigam como conversamos.Posteriormente,Eggins e Slade, lingüistas da análise da conversação frente aos questionamentos sobre como a linguagem é estruturada para que favoreça a comunicação, reconheceram a conversação como objeto de reflexão sobre a língua para a vida social. No Brasil, a Análise da Conversação se iniciou com o livro escrito por Luiz Antônio Marcuschi que descreve as formas de interação e a única da qual nunca addicamos.
Posteriormente em 1997, Hilgert propôs três níveis de enfoque da estrutura conversacional:
MACRONÍVEL – Estuda as fases da conversação
 Ex: a abertura, temas, e subtemas e fechamento.
NÍVEL MÉDIO – Estuda os turnos, os marcadores discursivos e os atos da fala.
MICRONÍVEL – Analisa os elementos internos da fala.
Ex: As estruturas sintáticas e lexicais fonológicas e prosódicas.

DADOS ORAIS COMO TRATÁ-LOS
Aborda a problemática na transição de textos orais de uma conversação natural. Pressupondo que falamos com a voz e com o corpo ao mesmo tempo e que não há portanto uma transcrição perfeita, os analistas da oralidade devem atentar a recursos sistematizados por Steiberg. Estes recursos são:
APARALINGUAGEM: (sons emitidos pelo aparelho fonador que não fazem parte do sistema sonoro da língua usada)
A CINÉSIA: (movimentos do corpo,gestos,olhares e expressões faciais)
A PROXÊMICA: (distância entre interlocutores)
A TACÊSICA: (uso de toques durante a interação)
E O SILÊNCIO: (ausência de construções linguísticas e paralinguagem)

COMO A CONVERSA ORGANIZA?
 Refere-se a idéia de turnos conversacionais, ou seja, às intervenções que cada interlocutor faz numa interação.
ESTES TERMOS CONVERSACIONAIS PODEM SER DE:
Esclarecimento, avaliação, concordância, discordância ou outros, depende da interação do interlocutor.
ENTRE UM TURNO E OUTRO PODE OCORRER A PASSAGEM OU O ASSALTO DO TURNO.
A primeira se refere a situações que o turno é tomado por um interlocutor enquanto o outro faz uma pausa ou conclui uma idéia e o segundo é quando há a sobreposição das vozes, quando um interlocutor interrompe o outro.

COMO SE ORGANIZAM A SEQUÊNCIA NA CONVERSAÇÃO?
 Apresenta a unidade fundamental da organização conversacional, a pergunta(P) e a resposta(R). As perguntas podem ser abertas ou fechadas, se forem abertas são introduzidas pelos pronomes.
PRONOMES: como, o que, por que e o
ADVERBIO DE TEMPO: quando
E as perguntas fechadas pressupõem respostas SIM/NÃO´
É bom falar sobre marcadores conversacionais não é?
-
Á
Of2
Óá

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Resumo do livro Preconceito Linguístico


Resumo do livro Preconceito Linguístico

O livro Preconceito Linguístico de Marcos Bagno é dividido em duas partes. Aprimeira trata de explicar e desmistificar os 8 mitos mais comuns na sociedade e que geram a grande maioria dos preconceitos linguísticos:

Mito nº1:O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente
Mito nº2:Brasileiro não sabe português/ Só em Portugal se fala bem português
Mito nº3:Português é muito difícil
Mito nº4:As pessoas sem instrução falam tudo errado
Mito nº5:O lugar onde melhor se fala português no Brasil é no Maranhão
Mito nº6:O certo é falar assim porque se escreve assim
Mito nº7:É preciso saber gramática para falar e escrever bem
Mito nº8:O domínio da norma-padrão é um instrumento de ascensão social

Na segunda parte do livro ele abre a discussão sobre outros costumes antigos da sociedade que são formas de continuar a fortalecer o preconceito linguístico como a discriminação contra os linguistas, e como o preconceito linguístico se torna um círculo vicioso envolvendo o ensino tradicional, a gramática tradicional e os livros didáticos.

No capítulo de número três Bagno tenta desconstruir o preconceito linguístico colocando a ideia de que a norma padrão da língua não é a única norma existente na Língua Portuguesa e que portanto existem outras maneiras de usar a língua e que esses modos distintos não são jamais considerados errados, o que acontece é a inadequação na escolha da norma que se usa em determinadas situações, mas jamais deve-se limitar-se a utilizar somente uma norma em todas as situações da vida.

quarta-feira, 9 de maio de 2012


http://www.youtube.com/watch?v=OQPw-xUK_tk

TEXTO E OS FATORES DA TEXTUALIDADE

Se pretendemos produzir textos com qualidade, devemos refletir sobre o que é texto e textualidade. Segundo Costa Val (Redação e Textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 2004), texto ou discurso é uma ocorrência lingüística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada da unidade sociocomunicativa, semântica e formal. E a textualidade é um conjunto de características que fazem que um texto seja um texto, e não apenas uma seqüência de frases. Os fatores da textualidade se distinguem em lingüísticos e pragmáticos. São eles:
OS FATORES LINGÜÍSTICOS
  • COERÊNCIA. Um texto para ser coerente depende do conhecimento da língua e de mundo e do grau de compartilhamento desse conhecimento entre produtor e receptor. Se o receptor de um texto não conhecer bem a língua que lhe deu forma, bem como a realidade de que ele fala, com toda certeza irá classificá-lo como incoerente. A coerência textual depende também das inferências, da intertextualidade, dos fatores pragmáticos e interacionais (tipos de atos de fala na interação, contexto de situação, intenção comunicativa).
  • COESÃO. A coesão é responsável pela ligação dos sentidos isolados para evidenciar a estruturação da seqüência superficial do texto, não perdendo de vista o todo e a intenção com que se produz esse todo, para constituir finalmente um texto.Os mecanismos para a coesão de um texto podem ser o uso adequado dos operadores argumentativos, do léxico através da reiteração (repetição do mesmo item lexical: sinônimos, nomes genéricos etc.) e da colocação (uso de termos pertencentes a um mesmo campo significativo).

OS FATORES PRAGMÁTICOS DA TEXTUALIDADE:



  • INTENCIONALIDADE. A intencionalidade revela o esforço feito pelo produtor para estabelecer um discurso coerente e coeso a fim de cumprir o seu objetivo comunicativo em função do receptor.
  • ACEITABILIDADE. A aceitabilidade é inerente ao receptor, que analisa e avalia o grau de coerência, coesão, utilidade e relevância do texto capaz de levá-lo a alargar os seus conhecimentos ou de aceitar a intenção do produtor.
  • SITUCIONALIDADE. A situcionalidade é responsável pela adequação do texto ao contexto sociocomunicativo.
  • INFORMATIVIDADE. A informatividade responde pela suficiência de dados no texto, como também pelo grau de previsibilidade nas ocorrências no plano conceitual e no formal.
  • INTERTEXTUALIDADE. A intertextualidade mostra a interdependência dos textos entre si, tendo em vista que um texto só faz sentido quando é entendido em relação a outro texto (COSTA VAL, 2004).
FONTE: blog.noisfalatrem.com/2006/.../texto-e-os-fatores-da-textualidade.ht...

VELAM ALGUNS EXEMPLOS DE INTERTEXTUALIDADE:
























FONTE: http://www.brasilescola.com/redacao/intertextualidade.htm
  • VELAM ALGUNS EXEMPLOS DE INTERTEXTUALIDADE:





















FONTE: http://quasepublicitarios.wordpress.com/tag/slogan/




 




















terça-feira, 8 de maio de 2012

Entrevista: Marcos Bagno

Lingüística"Não existe, na realidade, nenhum país do mundo que não seja multilíngüe. A pluralidade lingüística é saudável, ela implica pluralidade cultural, diversidade de visões de mundo, e querer que todas as pessoas pensem do mesmo modo e ajam do mesmo modo é racismo, intolerância, dogmatismo."

Tendo publicado vários livros sobre lingüística, Marcos Bagno é atualmente um dos mais renomados estudiosos da área. Contestando sempre a visão linear das atuais gramáticas e dos gramáticos, Marcos bate de frente com as teorias do conhecido professor Pasquale. Nesta entrevista ele fala um pouco do português padrão, à luz da opressão, e esclarece pontos necessários sobre a língua escrita e falada no Brasil. Para conhecer mais sobre o trabalho dele e só acessar o site http://www.marcosbagno.com.br/
Por Arthuro Paganini*

Dom Deschamps, ao construir sua utopia, definindo-a com o "estado dos costumes", coloca como sendo necessária a consolidação de uma única língua e conclui que tal uniformidade estará "livre das numerosas contribuições científicas e culturais que multiplicaram excessivamente nossas palavras". Estaria ele, portanto, preconizando um sistema de repressão ou um sistema de igualdade, visto que tal era defendido por ele com unhas e dentes?

Marcos Bagno - Só pode ser um sistema de opressão. Tudo o que tem a pretensão de ser único, uniforme, só pode ser pautado pela idéia de repressão. Foi assim durante séculos, quando a Igreja perseguiu e mandou queimar qualquer pessoa que falasse algo que não correspondesse aos dogmas prescritos. A utopia de Deschamps seria, então, uma ditadura lingüística. Não existe, na realidade, nenhum país do mundo que não seja multilíngüe. A pluralidade lingüística é saudável, ela implica pluralidade cultural, diversidade de visões de mundo, e querer que todas as pessoas pensem do mesmo modo e ajam do mesmo modo é racismo, intolerância, dogmatismo.

O Brasil é um imenso país tanto territorialmente quanto culturalmente.  E, mais ainda,  há uma diversidade no que se refere à língua e, como você mesmo coloca,  não há como distinguir entre o certo e o errado, visto que as condições sociais, econômicas, geográficas, entre outras, influenciam muito em tal diversidade, a não ser se comparada ao português padrão. Para o senhor, qual seria a melhor opção: abolir de uma vez a gramática padrão, adotar gramáticas regionais ou nenhuma dessas opções?

Marcos Bagno - Nenhuma dessas opções. O trabalho de descrição das línguas ou das variedades de uma língua tem de ser contínuo e ininterrupto. A gente só tem a ganhar com ele. A gramática padrão precisa ser reformulada, porque ela tem bases teóricas extremamente arcaicas, ultrapassadas há muito tempo. Para começar, ela precisa deixar bem claro que seu foco de interesse é apenas uma das infinitas variedades de uso da língua: a língua escrita mais monitorada. É abominável, injusto, doentio querer cobrar que as pessoas em qualquer situação, em qualquer contexto de interação verbal, em qualquer gênero discursivo usem exclusivamente, o tempo todo, as formas previstas pela gramática normativa. Outra coisa importante: parar de considerar "erradas" formas lingüísticas que já se fixaram há muito tempo inclusive na língua escrita mais monitorada, inclusive na literatura. Temos de aceitar essas formas inovadoras como igualmente certas. O problema é que a nossa gramática normativa se baseia no português de Portugal, e como a língua dos brasileiros já é outra, fica impossível usar um mesmo instrumental teórico-descritivo para tratar das duas línguas.

A respeito do Professor Pasquale, que tanto defende o uso do português padrão. Qual sua opinião a respeito do mesmo, que costuma ser idolatrado pela mídia?

Marcos Bagno - O trabalho de Pasquale Cipro Neto é um desastre ecológico. Ele não tem formação científica nenhuma, não se baseia em pesquisas rigorosas, não dá ouvidos às propostas dos educadores e cientistas sérios que se dedicam ao estudo e ao ensino de língua no país. Em suma, é um professor de cursinho, isto é, um animador de auditório que ensina macetes mas que não educa em nada, que conseguiu notoriedade nacional ao transferir o "modo cursinho de ser" para os meios de comunicação. Ele é tão limitado, tão reacionário que continua condenando formas lingüísticas que os bons gramáticos e dicionaristas há muito já aceitaram como formas legítimas de expressão, inclusive na escrita culta.

Qual sua opinião a respeito dos gramáticos? Eles têm uma visão linear da língua,  ou realmente não conhecem a língua? 

Marcos Bagno - Os bons gramáticos sabem perfeitamente que a língua muda com o tempo, que ela varia de acordo com o gênero textual, com o contexto de interação etc., são grandes conhecedores da história da língua, filólogos de formação etc. O grave problema com eles é seu apego exagerado à tradição literária, como se só tivesse valor a língua escrita por um punhado de "grandes escritores". No caso da nossa língua, o problema também está no apego ao português de Portugal. Se determinada forma lingüística não é usada pelos portugueses, então ela está "errada". Ora, nós somos 170 milhões contra menos de 10 milhões de portugueses. O português do Brasil é uma língua com 500 anos de idade. Por que temos de continuar dependentes de Portugal em questões lingüístcas? De todo modo, daqui para a frente, o trabalho dos gramáticos terá de se enquadrar numa postura científica, de investigação e teorização rigorosas, e isso já vem sendo feito. Basta comparar a gramática de Evanildo Bechara em sua edição mais recente com a primeira edição, de 40 anos atrás. Houve um avanço científico enorme, apesar de ainda apresentar, volta e meia, um ranço normativo tradicionalista. Mas para uma pessoa da geração dele e da formação dele, é um grande progresso. Mas ele é um filólogo, um gramático de verdade. Nada a ver com esses aventureiros, autores de manual de redação de jornal, que se limitam a repetir prescrições de gramáticas escritas no final do século XIX.

Na sua concepção,  o que a gramática representa na formação do estudante? Ensinar lingüística traria melhores frutos?

Marcos Bagno - A função da escola, no que diz respeito à língua, não é ensinar gramática, muito menos ensinar lingüística. O estudo científico da linguagem, da gramática, deve ser reservado aos profissionais da área. Na escola fundamental e média, o grande papel do professor é elevar o grau de letramento de seus alunos, isto é, fazer estes alunos serem capazes de se expressar de modo adequado, criativo, eficiente tanto oralmente quanto por escrito. E para fazer isso, não é preciso saber gramática. De nada adianta a pessoa ser capaz de reconhecer uma oração subordinada substantiva objetiva direta se não for capaz de escrever um texto de dez linhas de modo coeso e coerente. A reflexão sobre a língua tem seu papel na escola, mas ela é um meio e não um fim em si mesmo como tem sido no ensino tradicional. Os Parâmetros Curriculares Nacionais, publicados pelo Ministério da Educação em 1998, trazem excelentes reflexões sobre isso. É obrigação profissional de todo professor de português e de todo estudante de Letras ler esses documentos, refletir sobre eles, discuti-los, criticá-los etc.

Existe um projeto de lei que pretende acabar com o uso público de palavras estrangeiras,  e,  para isso,  tal lei defende que é preciso assegurar a identidade brasileira. Como  o senhor analisa isso?

Marcos Bagno - Antes de mais nada, é preciso deixar claro que o projeto recebeu unanimemente a rejeição dos lingüistas profissionais, porque o projeto inicial não teve a participação de nenhum lingüista, de nenhum especialista da área. Se alguém quiser legislar sobre práticas cirúrgicas, é óbvio que vai consultar os médicos. Mas no caso da língua, todo mundo acha que pode dar palpites à vontade. Há uma recusa veemente em reconhecer que a língua é objeto de uma ciência e que, embora ela pertença a todo e qualquer cidadão, há pessoas especializadas no assunto, que dedicam a vida ao estudo da linguagem e de suas implicações sociais, culturais, filosóficos etc. Assim, quando não se faz uma análise científica da questão, o único suporte "teórico" vai ser a velha doutrina gramatical tradicional, as velhas concepções pré-medievais do "certo" e do "errado". Nenhum lingüista acha bonito ou defende bobagens como chamar um bazar de coisas usadas de "garage sale"; mas não é uma questão de gosto pessoal: é um fenômeno sociológico e tem de ser encarado como tal.

O certo e o errado sempre fizeram parte de nossa sociedade. O certo nunca assume que está errado, e o errado diz que está certo. Mas,  afinal de contas, em termo lingüísticos, o que é certo e o que é errado?

Marcos Bagno - A questão do certo e do errado, realmente, é um problema sociológico, nada ter a ver com língua. Para um lingüista, não existe erro na língua: tudo o que é condenado como erro tem uma explicação científica, lógica, perfeitamente demonstrável. A noção de erro é estritamente sóciocultural: por questões históricas, de dominação econômica e política, o modo de falar de um determinado grupo de pessoas se torna o padrão, o exemplar, o legítimo. Assim, tudo o que se diferencia desse padrão é visto como erro ou como comportamento inaceitável. No entanto, basta haver mudança de grupo dominante para haver também mudança de valores na sociedade. A história está repleta de casos assim. O certo é o que está no poder. Em todos os campos da vida social - moda, moral, costumes, indumentária, culinária, religião etc. - o certo é o que vem do alto, de quem está no poder. E a língua não tem como escapar dessa dinâmica.
* Estudante de Jornalismo da Universidade Tiradentes em Sergipe.



SÓ PARA ILUSTRAR ESSA INSPIRADORA ENTREVISTA, DE MARCOS BAGNO, CEDIDA AO ENTÃO, ESTUDANTE DE JORNALISMO, ARTHURO PAGANINI, DA UNIVERSIDADE TIRADENTES, EM SERGIPE, MOSTRAMOS AQUI, ALGUNS EXEMPLOS RIQUÍSSIMOS E BEM HUMORADOS, DA PLURALIDADE LINGUÍSTICA, DE NOSSO POVO BRASILEIRO: